A neuralgia do trigêmeo é uma dor neuropática intensa, paroxística e unilateral que afeta os ramos do nervo trigêmeo, frequentemente desencadeada por estímulos leves como toque, mastigação e fala. As principais causas incluem compressão neurovascular, lesões nervosas, esclerose múltipla e fatores genéticos. Muitas vezes, a causa permanece idiopática. A condição acomete principalmente adultos maduros (>40–50 anos) e é mais comum em mulheres.
O diagnóstico baseia-se na história clínica típica, marcada por crises curtas e recorrentes de dor, e exame neurológico. Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, são utilizados para excluir outras causas e identificar possíveis compressões vasculares, especialmente quando há indicação para tratamento cirúrgico.
O manejo inicial é farmacológico, com anticonvulsivantes como carbamazepina ou oxcarbazepina. Para pacientes refratários ou intolerantes a medicamentos, há opções intervencionistas, como rizotomia por radiofrequência, bloqueios nervosos e descompressão microvascular, indicadas conforme a causa e o risco do paciente.
A Osteonecrose Cavitacional Indutora de Neuralgia (NICO) é uma condição controversa. Não há evidências histológicas e clínicas suficientes que a definam como causa estabelecida da neuralgia do trigêmeo, e os tratamentos baseados nessa hipótese carecem de respaldo científico. Por isso, recomenda-se priorizar abordagens com evidência sólida e evitar intervenções não comprovadas.
A neuralgia do trigêmeo demanda um diagnóstico cuidadoso e tratamento individualizado. Embora algumas causas ainda sejam desconhecidas, os anticonvulsivantes e tratamentos intervencionistas adequados proporcionam alívio significativo. Evitar terapias sem comprovação, especialmente relacionadas à osteonecrose, é essencial para garantir uma abordagem segura e eficaz, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
A neuralgia do trigêmeo é uma condição complexa que exige diagnóstico preciso e tratamento adequado para proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. É importante evitar abordagens não comprovadas cientificamente, como tratamentos baseados em osteonecrose cavitacional, e focar em terapias validadas, individualizando sempre conforme a necessidade do paciente.